Quem sabe cala.
Quem fala não sabe.
O sábio vive calado,
Voltado para dentro de si;
Mitinga o que é agudo,
Deslinda o que é emaranhado,
Suaviza o que é violento,
Nivela-se com o que é singelo.
Assim conscientiza ele a Realidade.
Unifica-se com o grande Uno,
Mantém-se equidistante de simapatia e antipatia,
Indiferente a lucro e perda
Acima de louvor e vitupério.
É nisto que ele vê a verdadeira nobreza.
(Poema 57, Lao-Tsé - Tao Te Ching, o Livro que revela Deus)
Explicação filosófica: Sempre de novo frisa Lao-Tsé a necessidade de uma atitude profunda para produzir atos corretos, de uma Fonte plena para plenificar canais vazios; insiste em ser cosmo-agido antes de ser ego-agente. As palavras do Cristo -"não sou Eu que faço as obras, mas é o Pai em mim que as faz; de mim mesmo eu nada posso fazer" - parecem formar o subtrato de toda a filosofia de Lao-Tsé, como também do Bhagavad Gita - essa mesma atitude que a nossa Filosofia Univérsica cristalizou nas palavras "ser cosmo-agido a fim de poder ser corretamente ego-agente"; o que a antiga sabedoria chinesa e o Zen-budista chamam wu-wei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário